"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Correio dos Açores - Edição de 29 de Dezembro de 2016


Ribeira Grande, 27 de Dezembro de 2016

Angra do Heroísmo tem muitos aspetos apetecíveis de rabiscar. Este é um deles. A convite do meu Amigo Emanuel Félix lá fui desenhar um pouco de Angra. Encostado a uma das empenas do espaço cultural “Recreio dos Artistas”, deparo-me com o tardoz do Antigo Convento de S. Gonçalo, localizado no centro histórico de Angra. É considerado o maior e mais antigo convento da cidade e o maior do arquipélago, tendo chegado a abrigar mais de cem religiosas. Constituiu-se em reputado centro de educação e de belas-artes, chegando a reunir duas centenas de educandas, que aqui tinham aulas de música, canto, desenho, pintura e humanidades. No contexto da Guerra Civil Portuguesa, durante os dois anos da presença das forças liberais portuguesas na Terceira (1830-1832) de acordo com o historiador terceirense Francisco Ferreira Drummond, as freiras deste convento desenvolveram um "ardente desejo da liberdade do século, não se contentando muitas d'ellas com a sua profissão que cobriam de pragas e anátemas". À época, o convento foi "refrigério de emigrados", nele vivendo-se "vida galante", tendo nele o próprio Pedro IV de Portugal a sua "freira dilecta", com quem partilhava "melodiosos accentos de poesia". Muito mais havia a contar sobre este monumento classificado. Mas deixo aqui a dica para pesquisarem e indagarem sobre o registo histórico que este Convento tem para oferecer.

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