"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 29 de Julho de 2016


Ponta Delgada, 26 de Junho de 2016

Quando o observado assusta, geralmente, e instintivamente, começo com um pré esboço a grafite. Foi o que aconteceu com este rabisco feito no passado domingo em Ponta Delgada. Confesso que não me agrada o que fiz, pois, a ideia era realizar o “skyline”, mas a dada altura perdi-me com todas as vistas, saliências e reentrâncias dos socos, beirais e outros de mais. O conseguido não foi o esperado, daí, talvez, não tivesse optado pela coloração com aguarela. Fiquei-me pela passagem do pincel molhado na linha entre o espaço negativo e o positivo

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 22 de Junho de 2016


Ponta Delgada, 18 de Junho de 2016

Não quero, de forma alguma, defraudar os leitores desta rubrica com assuntos político-partidários da atualidade açoriana, todavia, como militante, como membro eleito por estes para a Comissão Política de Ilha do CDS-PP, não podia deixar de mostrar o meu desagrado à classe dirigente regional do meu partido.

Nos últimos dias, muito se tem falado da não-aceitação do Nuno Barata como cabeça de lista por S. Miguel às próximas eleições regionais pelo CDS-PP. Devo dizer, e como é sabido, que esta escolha foi feita, por unanimidade, pela CPI, órgão que tem como umas das suas incumbências indicar o nome do cabeça de lista em representação dos seus militantes. A atitude despropositada e desprovida dos reais valores de lealdade política e pessoal do presidente do partido, Drº Artur Lima, ao retirar a confiança a Nuno Barata, só vem demonstrar que a cúpula do CDS regional tem receio de um CDS, em S. Miguel, forte, coeso e unido em torno de um nome – Nuno Barata. O Drº Artur Lima, não bastante com essa repudiável atitude, vem, agora, de uma machadada, dar cobertura a um desejo pessoal da líder do partido, Drª Assunção Cristas que, desta forma, entra muito mal na região e em especial no CDS S. Miguel.

Quanto ao rabisco de hoje, só me apraz dar os parabéns aos seus novos proprietários pela bela recuperação que fazem de uma casa emblemática e caracterizadora do Largo 2 de Março em Ponta Delgada.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 15 de Junho 2016


Ponta Delgada, 12 de junho de 2016

Quando iniciei estes rabiscos, não estava a pensar em apresentá-los aqui, nesta rúbrica. Mas gostei da fusão das aguadas e resolvi mostrá-los aos leitores deste Jornal. Todavia, a composição não é a mais indicada. Se tivesse pensado melhor, teria optado por outro ponto de vista aquando da escolha do local para desenhar a Igreja da Luz, situada na Pedreira, Nordeste, ou então, tê-la-ia desenhado na página da direita do caderno, por forma ao seu frontispício não ficar virado para o “nada”. Nesta minha ida fugaz ao Nordeste, ainda consegui uns breves minutos para rabiscar o Farol do Arnel, tanto no Miradouro da Ponta do Arnel, como também no Miradouro da Vista dos Barcos.

domingo, 12 de junho de 2016

Domingos Rebêlo

Fui visitar com a minha filhota a exposição "Sou um trabalhador incansável, absorvido totalmente na minha arte, porventura um pouco sonhador, não acha?" de Domingos Rebêlo




Está exposta no Museu Carlos Machado, em comemoração dos 125 anos do nascimento do artista micaelense - Domingos Rebêlo. E o título desta exposição diz tanto.

Nunca devemos baixar os braços ao trabalho que gostamos de fazer. Mais, vai muito além desta manifestação de entrega ao que gostamos. Atira-nos para o futuro. Incentiva à criação de coisas novas, porque sonhar é isso. Sonhar é, e não só, acreditar que se pode alterar o estados das coisas. 

Como é sabido, tenho-me debatido por uma maior dinâmica para o grupo USK Açores, parece que agora também já são USK S. Miguel. Manifesto, sem rodeios, sem hipocrisias, com coragem de tocar com os dedos nas feridas, as minhas opiniões sobre o que gostava de ver num grupo de desenho em diários gráficos. O que tenho feito não é criticar por criticar. É criticar e sugerir. Podem até menosprezar estas opiniões, acusando-as de "bullying" ao grupo, no entanto, antes de menosprezar e acusá-las do que quer que seja, deviam discuti-las. Reconhecer que, em vez de se perder tempo em formalismos, e isso o grupo USK Terceira deve já andar farto, há muito a dinamizar. Vou-me repetir. E repito-me porque vejo a mesma inércia, o mesmo mofo. 

O trabalho sobre desenho de escolas e instituições em volta dos alunos em S. Miguel é meritório. Devemos valorizar o trabalho dos professores que, na maior parte dos casos, com poucos recursos fazem imenso. Exemplo disso foi o trabalho desenvolvido no Centro de Artes Contemporâneas - Estar para ver... (n)o arquipélago e, no âmbito desta exposição que acima vos falo, o desafio que foi lançado aos alunos e professores das escolas Domingos Rebelo e Antero de Quental. Abaixo alguns destes trabalhos. E trabalhos estes; magníficos!








Agora, o que o grupo USK Açores poderia fazer é imenso. Está reduzido à realização de uns encontros. Felizmente que a partir de Agosto de 2015, depois de uma critica e uma pedrada no charco, foram dinamizados mais encontros. Falta mais, muito mais. Falta dinamizar workshops, falta contactar casa de cultura existentes em diversas e inúmeras freguesias da ilha, interagir com escolas das diversas localidades, trazer ao meio as diversas experiências dos artistas locais, realizar exposições em diversas localidades da ilha, criar desafios à comunidade sketcher no blogue. E tudo isso tem razão de ser, vejamos:
1 - Fomentar workshops - fazer com que o cidadão comum tenha uma ferramenta que o faça munir de capacidades iniciais para a prática do desenho em cadernos, fazendo o seu diário gráfico;
2 - Contactar casas de cultura - ir ao encontro destas mesmo, para de alguma forma, interagir com as populações locais, desde os mais jovens, aos de mais idade;
3 - Interagir com escolas - fazer palestras / divulgações junto destas para de alguma forma levar a conhecer o quão estimulante é desenhar em cadernos, ou outro qualquer suporte;
4 - Artistas locais - convidar estes artistas a participarem nos encontros e a falarem um pouco das suas experiências, os seus suportes de experimentalismos, técnicas, materiais, etc...;

Enfim, um conjunto de sugestões que não são realizadas por inercia, pouca vontade, pouca iniciativa e uma acomodação sem igual em qualquer agremiação.

Estou muito contente por ter sabido, em Maio último, aquando da minha participação no Encontro Internacional de Desenho de Rua, Torres Vedras, de um workshop que se irá realizar nos próximos tempos em Ponta Delgada, ministrado por um excelente skecher português e uma escritora de renome nacional. Não poderei avançar mais pormenores uma vez que foi-me dito numa conversa casual. E só estou a tocar neste assunto, para demonstrar que, infelizmente, temos que esperar que outros de fora venham fazer um trabalho que os de cá não estão a ser capazes de dinamizar.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

O acaso... o destino...


Há coisas extraordinárias na nossa vida.

No sábado passado, 4 de junho, houve um encontro no jardim António Borges, em Ponta Delgada, para desenhar com a Helena Monteiro. O destino quis que eu não estivesse presente para desenhar com essa Amiga. O destino quis, que aos 99 anos de vida da minha avó, ela partisse. Não podia, de forma alguma, sobrepor este momento ao ato de desenhar. Mas esse mesmo destino tornou possível desenhar com ela. Ia eu a passar de carro, quando a observo em sentido contrário ao meu. Acho que também o destino quis que esse ponto de cruzamento entre nós, numa via super movimentada e com proibição de paragem e estacionamento, tivesse uma pequena entrada de propriedade, para fazer uma breve paragem, sair do carro e cumprimenta-la. Não tive meias medidas que não oferecer a minha disponibilidade para levá-la até onde quisesse. Ela respondeu que ia desenhar, a uns passos mais à frente, a Ermida de S. Gonçalo. E eu, com o maior gosto, ofereci-me para acompanhá-la.

Pois é, aqui está o resultado desse nosso encontro. 

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 08 de Junho de 2016


Ponta Delgada, 06 de junho de 2016

Desenhar pequenino, para não me perder na imensidão do observado, tem sido uma das características que tem marcado os meus últimos rabiscos. Este, que hoje vos apresento, é disso exemplo. O momento não estava para grandes cores, daí ter escolhido o amarelo para, de certa forma, trazer à frente o que desenhei.

No sábado, partiu da sua vida terrena, a minha última referência em termos de progenitores: a minha avó paterna, a avó Boanova. A única avó que tive oportunidade de conhecer e conviver, pois a outra partiu cedo demais. À avó Boanova devo a teimosia e o gosto pela partilha, pela dádiva. Julgo até que foi a primeira característica que a fez viver até aos 99 anos. Hoje, com 43 anos, tenho cada vez mais consciência que todos os valores (modéstia à parte, foram excelentes estes valores) que recebi dos meus ascendentes, nomeadamente da minha mãe, foram determinantes na pessoa que hoje sou. É, por isso, com enorme responsabilidade que acompanho o desenvolvimento da minha filha, no sentido de lhe transmitir todos esses valores. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Correio dos Açores - Edição de 01 de Junho de 2016


Ponta Delgada, 29 de maio de 2016

O Núcleo de Santa Bárbara do Museu Carlos Machado derivou da adaptação de um antigo recolhimento que  remonta ao início do séc. XVII. Nos dias de hoje arroga utilidades museológicas, sendo um lugar de memória, onde a iniciativa cultural prevalece.


Na coloração deste rabisco, e ao contrário do que possa parecer, não utilizei aguarelas. Mas sim marcadores que previamente passei numa superfície vidrada para obter a tinta e depois misturei com água, passando depois para o desenho, com exceção do amarelo que foi de marcação direta.