"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Correio dos Açores - Edição de 9 de Março de 2016


Ponta Delgada, 6 de março de 2016

Praia da minha juventude, a das Milícias, em S. Roque. Ainda este fim de semana a minha filhota perguntava-me: “Pai, no verão, posso ir só com as minhas amigas para a praia?” Qualquer que seja, neste momento, a resposta a dar, para mim, é sempre ingrato cortar as vontades do meu Tesouro. Mas também não consigo prescindir da sua segurança. E, assim, vou tentando encontrar um meio termo, procurando respeitar as vontades e as necessidades de nós os dois. Com efeito, sinto que não posso nem devo ser aquele pai exageradamente conservador. Porém, quando é que saberei se é o momento certo de dar mais liberdade à Bárbara? Ser pai é muito difícil, e mais difícil se torna se tomarmos como exemplo o nosso tempo. Assim e, na tentativa de fazer o meu melhor, opto por valorizar na minha filhota a responsabilidade, confiança e genuinidade que a tornam uma menina tão especial, explicando que estas características lhe permitirão, na altura certa, usufruir das liberdades que a sua maturidade demanda. Não obstante, há também a questão social, as críticas da família e dos amigos por permitir essas “liberdades” tão cedo ou por limitar a sua autonomia e independência. E a essa questão social está sempre ancorada as notícias de negligências parentais que acontecem um pouco pelo mundo fora. O que me vai valendo é ter na Paula uma companheira de mão cheia e de coração enorme.

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