"O artista, um contemplativo que passa, atento somente, às manifestações de cor, de harmonia e de beleza, que escapam aos olhos dos outros."
Domingos Rebêlo, num artigo que escreveu sobre os seus tempos de estudante em Paris, in "Açoreano Oriental", 13 de Janeiro de 1946.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Correio dos Açores - Edição de 24 de Junho de 2015



Ponta Delgada, 21 de Junho de 2015

Encostado numa ombreira de porta, com um sol intermitente e uma temperatura quente, mais por razões da humidade, fiz este rabisco. Consegui dar as primeiras pinceladas no local, mas o sol era tanto que secava de forma rápida a aguada feita na palete, o que me obrigou a terminá-lo em casa.


A vontade de envolver-me com o objeto desenhado, fez-me percorrer a pé os espaços circundantes à Igreja da Matriz. E não pude deixar de constatar o quão desagradável é ver estacionados os carros de quem vai assistir à Missa. Ora, bem sei que não é “ade eterno”, mas aos domingos o estacionamento em parquímetros é grátis. A justificação até pode passar pelo fato de algumas pessoas terem mobilidade reduzida, mas estes casos resolver-se-iam com a entrada a norte, tal como está, e a abertura da passagem a sul, para que os familiares dessas pessoas as pudessem deixar à porta da igreja. Com efeito, para uma cidade que se quer turística e histórica, não podemos cair no erro de a mostrar desorganizada nestes espaços que se querem limpos de “ruído urbano”. Já imaginaram ver automóveis nos espaços circundantes da Catedral de Notre-Dame, em Paris, na Basílica de S. Pedro, no Vaticano, ou até mesmo na Sagrada Família, em Barcelona? O que temos é pequeno, mas mesmo pequeno deve ser cuidado com o mesmo princípio de boa gestão dos espaços urbanos.

1 comentário:

  1. A perspectiva do desenho, que olha a igreja pela parte de trás, é muito original, e o traço é delicado e fino. Gostei!

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